Conceito do momento, mais procurado na internet, a empatia é também o mais importante fundamento do design thinking, por que, se queremos encontrar soluções que resolvam problemas relevantes, precisamos conhecer as pessoas, suas necessidades, desejos, motivações e entender seus comportamentos de um jeito que não seja apenas fruto da nossa interpretação e percepção.
Precisamos sair da nossa bolha de entendimento e lógica e olhar o universo desconhecido do outro, deixando que ele nos dê as melhores pista do caminho certo para seguir. Bonito isso, não é? Fácil entender o porquê, mas difícil saber como fazer?
Todos queremos dizer que sabemos ser empáticos, mas muitas pessoas sentem que não sabem praticar a empatia, porque se colocar no lugar do outro não é fácil. Eu concordo.
Certa vez, num grupo de design, enquanto ocorria uma discussão sobre os desafios de ser empático, as pessoas foram trazendo ideias sobre como isso acontece, como chegar ao lugar do outro, sentir com exatidão e precisão a sua dor, para extrair dali o melhor design, a melhor resposta, a melhor solução para a dor do outro, sem erros. As pessoas queriam, com a melhor das intenções, dicas de técnicas de como entrar no mundo do outro, com segurança, e extrair dali as melhores informações.
É aí que mora o erro: usarmos da empatia como um instrumento apenas quando é conveniente ao design. Isso é uma inversão de valores. Nós não ficamos empáticos para o design, nós somos empáticos, apesar dos design. Essa parada de se colocar no lugar do outro, sinceramente, é difícil de mensurar. Afinal de contas, o que isso significa na prática? E que lugar é esse em que queremos nos colocar para entender o que ainda não entendemos? Nós ao menos sabemos do que estamos falando quando nos referimos a “calçar os sapatos do outro”?
Se pararmos para pensar, quando iniciamos um projeto de design, nós conhecemos muito pouco ou quase nada sobre a pessoa para quem estamos projetando. Então, como podemos afirmar que a empatia vai nos levar a esse lugar sagrado de respostas? Sabemos que a empatia é o melhor caminho, porque os melhores designers já comprovaram isso. Mas também podemos dizer que, dependendo da complexidade do problema que queremos resolver, a empatia não é suficiente para nossas respostas. É humano e como tal é incerto e sujeito a erros e descobertas impalpáveis.
Então a primeira lição sobre a empatia é saber que ela não é resposta para o projeto, e que podemos errar, apesar dela. A segunda lição é que erramos muito menos quando praticamos a empatia. O que eu tô querendo dizer com toda essa conversa fora do padrão de como eu vejo a empatia?
Quero dizer que empatia é um movimento de desapego das suas convicções e crenças e ideias pré-concebidas. Deixar tudo isso de lado para compartilhar, por aproximação, um movimento que é conduzido pelo outro e, por consequência temos a terceira lição: de que empatizar não depende só de você, não diz respeito a você.
Sempre que empatizamos, fazemos com cuidado e por permissão. Sem interferir na realidade do outro, por que você não é só um designer curioso, você precisa ser um observador sensível, com a mente aberta. Se isso ocorrer você vai experimentar sim, até certo ponto e eu repito, até certo ponto, da dor do outro, nunca exatamente a dor do outro, mas o suficiente para transformar sua percepção do problema, o suficiente para acender a chama daquilo que Dom Normam denominou “o bom design”.
E aí, curtiu o assunto de hoje? Comenta aqui embaixo quais dessas lições você vai botar em prática o quanto antes! Vou adorar ler o que você escrever pra mim 🙂
Para aprofundar seu conhecimento, venha conhecer meus cursos em detalhes.